Padre declara: professar a Fé Cristã no Brasil esta se tornando uma atividade clandestina

12/03/2012 09:24

Neste exato momento, mais de 200 milhões de cristãos estão sofrendo intensa perseguição em todo o mundo. E outros 250 milhões enfrentam algum tipo de discriminação, sobretudo em países socialistas/comunistas, ou comandados por regimes islâmicos. Cristãos estão sendo massacrados, torturados e até queimados vivos (crianças, inclusive) em países como Nigéria, Indonésia, Iraque e Sudão. Apenas para não abandonar sua fé, estão tendo que fugir da China, Egito, Índia, Afeganistão, Coreia do Norte, Etiópia, Uganda e de pelo menos outros 50 países. 

 
Situação muito distante da realidade brasileira? Em termos de massacre e tortura, sim. Em termos de preconceito e discriminações, nem tanto. No Brasil, defender as doutrinas da Igreja Cristã é cada vez mais uma tarefa de abnegados, algo a ser feito meio às escondidas do establishment cultural politicamente correto vigente. Defender a família tradicional e o conservadorismo e combater o aborto, o gayzismo, a eutanásia e o socialismo, por exemplo, já são consideradas coisas de “fanáticos”, “reacionários” – para não citar apelidos piores. 
 
Aparentemente nada está acontecendo, mas a realidade é que professar a fé cristã no Brasil está se tornando uma atividade cada vez mais clandestina. Na última terça-feira, por exemplo, o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidiu acatar pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e de outras entidades sociais pela retirada dos crucifixos e símbolos religiosos nos espaços públicos dos prédios da Justiça gaúcha. 
 
A decisão dos juízes foi unânime – e mais dia, menos dia, vai se espalhar por todas as repartições públicas do país, a pretexto de que no Brasil o Estado é “laico”. Ou seja, os símbolos de uma religião que é seguida pela esmagadora maioria da população não poderão mais ser mostrados. Trata-se de um movimento mundial, que acontece simultaneamente em países como Itália e Estados Unidos, só para citar dois países em que o Cristianismo está fortemente arraigado. 
 
Outro movimento que é mundial e ainda vai dar muito o que falar no Brasil é a liberação do aborto. Partidos de esquerda conseguiram recentemente aprovar o aborto no Uruguai. No Brasil houve essa mesma tentativa em 2005 e, na Argentina, em 2011, por enquanto, sem sucesso. Mas é bom lembrar que os abortistas do Uruguai já haviam tentado o mesmo em 1985, 1991, 1993, 1998, 2002 e 2006. 
 
Bem, até aqui falamos de ataques a valores da Igreja Cristã sofridos por atores de fora, como partidos de esquerda, ONGs, movimento gay, etc. Do que não se fala é de movimentos dentro da própria Igreja, da Católica falamos, que comungam com a agenda de ataque aos valores tradicionais cristãos. Corrigindo: tem uma pessoa que fala, sim. Seu nome é Paulo Ricardo de Azevedo, vigário judicial da Paróquia do Cristo Rei, em Várzea Grande. Bacharel em teologia e mestre em direito canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma), atualmente leciona nos cursos de Filosofia e Teologia. Foi durante quinze anos reitor do Seminário Arquidiocesano de Cuiabá. Em 2002, a Santa Sé o nomeou membro do Conselho Internacional de Catequese (Coincat), da Congregação para o Clero. 
 
Em programas na rede de TV Canção Nova, em seu site na internet, em entrevistas, padre Paulo não se cansa de denunciar os movimentos revolucionários no seio da própria Igreja. 
 
“Existem dentro da Igreja Católica forças revolucionárias que não estão em sintonia com o Cristianismo tradicional católico reconhecido historicamente. Isso que está aí, alocado dentro da Igreja Católica, é o lobo com pele de ovelha. É algo infiltrado dentro da Igreja que quer se passar por cristão, mas que no fundo tem outra agenda, que é a agenda revolucionária”, afirma. 
 
Por fazer esse tipo de denúncia, padre Paulo está sendo perseguido.